A suplementação com carboidratos no esporte sempre foi uma das mais utilizadas para melhorar a performance. Jogadores de futebol, vôlei, basquete, corredores, nadadores, ciclistas, entre outros, há tempos se beneficiam de bebidas e géis a base de carboidratos. Nos últimos anos, observo um pouco de medo por parte dos praticantes de musculação com a ingestão de carboidratos, pensando que seu uso pode estar diretamente relacionado ao acúmulo de gordura corporal. No entanto, mais uma vez a questão é a individualidade. Hoje, contamos por exemplo, com testes genéticos, que podem apresentar ao profissional a capacidade de metabolização de carboidratos de cada indivíduo, facilitando muito na prescrição. Portanto, da mesma forma que uma dieta baixa em carboidratos pode ser excelente para alguém com uma baixa taxa de metabolização de carboidratos, pode ser uma tragédia para aqueles que apresentam uma ótima metabolização.
Em esportes visando melhora da performance, com alto gasto energético, em atividades de duração superior a uma hora, o uso desses suplementos pode ser primordial. Já para praticantes de musculação, tudo dependerá do volume/intensidade/características metabólicas/objetivos de cada indivíduo.
Enquanto o uso antes e durante o exercício está diretamente relacionado a melhora/manutenção da performance, a suplementação com carboidratos logo após o exercício tem como objetivo acelerar o processo de recuperação e otimizar a síntese de glicogênio. Isso é muito importante principalmente para aqueles que realizam duas sessões de treinamento por dia. Nesse caso, a famosa combinação de uma proteína de rápida absorção (whey protein) associada com uma suplementação de carboidratos, pode ser muito interessante. Indivíduo adeptos de dietas baixas em carboidrato, podem se beneficiar somente com o uso de whey protein pós treino, pois a síntese proteica independe da presença de carboidratos nesse momento. Mas haveria prejuízo quanto a síntese de glicogênio. Portanto, o profissional deve ser fazer uma avaliação global, pensando naquilo que é a prioridade para cada indivíduo.
A escolha do tipo de carboidratos também é igualmente importante. Dextrose, maltodextrina, frutose, waxy maize e palatinose devem ser escolhidos de acordo com cada situação. Alguém com ótima sensibilidade insulínica e excelente taxa de metabolização de carboidratos, pode se beneficiar muito com o simples uso de maltodextrina com BCAAS antes e dextrose com whey protein após o treino. Agora, alguém com características opostas, se adaptaria melhor com waxy maize ou palatinose com
BCAAS antes do exercício e apenas com whey protein logo após. Tanto a palatinose quanto o waxy maize, apresentam mínimas alterações nos níveis glicêmicos. Particularmente, tenho tido ótimos resultados no consultório utilizando palatinose com pacientes diabéticos praticantes de exercício físico. Já a frutose, é uma ótima opção para compor um blend de carboidratos para ser utilizado durante o exercício prolongado, como em atividades de endurance. Por possuir uma taxa de oxidação diferente da glicose, com vias de absorção distintas, essa combinação apresenta melhor resposta. Devido a perda de eletrólitos nessas atividades mais longas, a presença de sódio, magnésio, potássio, magnésio, entre outros, é de grande importância. O que em atividades mais curtas, como um treino de musculação tradicional, já não apresenta essa necessidade.
BCAAS antes do exercício e apenas com whey protein logo após. Tanto a palatinose quanto o waxy maize, apresentam mínimas alterações nos níveis glicêmicos. Particularmente, tenho tido ótimos resultados no consultório utilizando palatinose com pacientes diabéticos praticantes de exercício físico. Já a frutose, é uma ótima opção para compor um blend de carboidratos para ser utilizado durante o exercício prolongado, como em atividades de endurance. Por possuir uma taxa de oxidação diferente da glicose, com vias de absorção distintas, essa combinação apresenta melhor resposta. Devido a perda de eletrólitos nessas atividades mais longas, a presença de sódio, magnésio, potássio, magnésio, entre outros, é de grande importância. O que em atividades mais curtas, como um treino de musculação tradicional, já não apresenta essa necessidade.
Portanto, o primeiro passo é conhecer o tipo de exercício e suas características metabólicas. Feito isso, deve-se cruzar os dados entre as características individuais do esportista e suas necessidades, sejam elas estéticas ou relacionadas a performance. Algumas vezes, temos que trabalhar os dois fatores, como por exemplo, um ciclista que está com o peso corporal acima do desejado. Devemos adequar sua composição corporal, mas nunca deixando de melhorar sua performance. Para isto, a distribuição de nutrientes ao longo do dia, organizando a ingestão de carboidratos nas duas refeições antes do treino, considerando que a síntese de glicogênio ocorre entre 4 e 6 horas, é uma estratégia acertada.
Nos últimos anos, a suplementação de carboidratos no esporte passou do simples uso de soluções à base de sacarose, para blends específicos, diferenciados de acordo com cada tipo de atividade física e característica individual. O profissional deve estar sempre atualizado para fazer a correta prescrição.
Referencias Bibliográficas
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